Amar, Poesia e Velejar ⛵

Não sei o que é amor
Inspiração própria de Deus
Talvez um suicídio na traição de um ateu
Talvez seja um louco desalmado ao ponto de ser amado
Talvez seja a cabeça pequena na grande cidade procurando uma alma gêmea
Talvez amor seja um louvado grito de um eu te amo
Talvez seja sereias entoando ao cantar aos mares
Talvez seja um menino confuso se descobrindo
Talvez seja a mulher ao marido ao descobrir que morrerá
Talvez seja uma mãe ao chorar do corpo morto de um filho
Talvez um pai ao descobrir que será PAI
Talvez amor seja um grande tédio
Que não se cura com qualquer remédio

TALVEZ
Minha palavra favorita
Enquanto uns escolhem seus amores e disseminam cada um com cada um
Eu vago e velejo no mar das muitas possibilidades e vejo amores infinitos
E conheço desejos, defeitos e perfeitos amores ao toque das brisas
No mais mortal dos passeios
O amor de criança
O amor de homem e mulher — este que o seu fogo queimou parte do meu corpo
O surreal amor de DEUS — O amor que eu mais sinto e menos sei explicar
O amor de mãe
O lindo amor pela natureza
O amor do homem pelo vinho
O estrambólico amor da poesia
E muitos outros amores que descobri ao intervalo de um velejar
E ainda depois de chatear a cara do mar contínuo na minha infinita e entediante busca
Sem ainda saber amar...

Cícero Rodrigues