Sejam Bem Vindos ao Fantástico Mundo da Poesia

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Adeus 2020. 2021: O Ano Enigmático.

 

     Escrevi e apaguei pelo menos umas 10 vezes como iria começar esse texto de final de ano, e a melhor resposta para isso é uma pergunta: Que ano foi esse, hein? Um ano de tristezas e mais tristezas. Um ano de reflexão, um ano em que a humanidade parou e pensou, pensou por meses, refletiu sua imagem no espelho, conheceu mais a si mesmo e aos seus próximos. Um ano que fez com que as pessoas soltassem as feras escondidas dentro de si, um ano em que a pouca paciência acumulada no humilde transbordou. É... Foi um período difícil, e na verdade ainda está sendo, mas quem disse para a gente dentro do ventre de nossas mães que a vida iria ser fácil? O mundo perdeu muitas pessoas maravilhosas e até ganhamos alguns heróis: médicos, profissionais da saúde, biólogos, cientistas e punhado de gente bacana.


     Talvez se ano fosse excluído totalmente da linha do tempo não iríamos evoluir nunca, pois foi nesse ano em que a natureza respirou um pouco do ser humano; ruas estavam vazias, parques solitários, e as cabeças estavam cheias, cheias de tantas inquietudes, cheias de tantas pressões da convivência... E ainda estão na verdade, pois é como se nada tivesse acabado. O sofrimento durou esse ano, e ainda dura na verdade, é como se fosse apenas um pequeno salto no elástico a virada desse ano, mas os esperançosos (aqueles que eu mais admiro) dizem que é um salto enorme, até sair da atmosfera da terra, pois não é só um ano que está virando, é um começo de algo que pode ser novo, é um ano que está vindo cheio de mistérios, e os corações das pessoas fadados de expectativas.


     É nestas linhas que este blog do fundo do coração deseja a todos os leitores um feliz ano novo, que esse ano que se aproxima seja mais abençoado, seja mais bondoso e piedoso para com o ser humano, e que o ser humano saiba valorizar mais as coisas simples da vida, saiba valorizar a Deus, a família, os amigos, a natureza e o mundo. Que neste ano que se aproxima a vida nos entregue amizades verdadeiras (que não nos traiam), amores fiéis (que nos deem valor), família humilde (que não nos julguem) e muita paciência e compreensão para tolerar tudo o que der de errado. DEUS ABENÇOE O BRASIL, DEUS NOS ABENÇÕE... E QUE 2021 VENHA COM A BANDEIRA DA PAZ E DA ESPERANÇA. FELIZ 2021!!!


SÃO OS VOTOS DE CÍCERO RODRIGUES E DO MUNDO DA POESIA, EM 2021 ESTAREMOS MAIS ATIVOS DO NUNCA.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Você em Tudo


Vi no brilho do sol teu aconchegante sorriso

Vi na delicadeza da lua teu pensamento indeciso

Vi na face das nuvens teu surreal corpo ondulado

Vi na paisagem inquietante da natureza teu belo cabelo molhado


Mais ao norte vi nas montanhas o berço dos teus seios graciosos

Vi no vento tua pele me tocar tão suavemente com teus dedos valiosos

Vi nos pássaros tua louca vontade de voar

Vi na cachoeira que toca o rio as nossas almas se encontrar


Mais à oeste vi nas estrelas teu puro e enigmático coração

Vi na madrugada as lembranças de nossos corpos em ligação

Vi no mar teu abissal e majestoso abraço e ali quis deitar

Vi no chão forte que pisamos tua persistência em me amar


Me chamaram de louco porque eu vejo você em tudo

Mas me diga se quem ama pode algum dia se calar e ficar mudo?


Vi você ir embora me julgando

E agora vejo outra em tudo, cá me amando


Mais à leste agora vi tuas lágrimas caindo

Vi por outro você se despindo

Vi tua verdadeira face cair por terra e meu coração mudou

Vi tudo em você e finalmente minha alma se  aquietou


Vi mais ao sul outra imagem apaixonante

Vi meu próprio eu num romance inconstante

Vi minha alma se entrelaçando em outro amor a se encontrar

Vi a reciprocidade e entendi o caminho que em que a vida me fez passar


C. RODRIGUES

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Coração Indiferente


Às vezes o amor vem diferente
Vem em forma modulada
Do pensamento da gente

Ás vezes nos chocamos numa paixão indiferente
Num punhado de orgulho
De um coração frio e carente

Ás vezes buscamos motivos naqueles lábios sorridentes
Motivos a acreditar em romances abstratos
Fundamentos a crer num amor sem rumo à frente

Ás vezes a alma insiste em nadar contra a corrente
Em continuar a insistir
Num amor que está ausente.


[Cícero Rodrigues]

quinta-feira, 23 de abril de 2020

As Férias da Natureza




A natureza sorri

E desvenda o homem ao avesso

Quando se aprofunda na sua dor

E enquanto sua pequenez é mostrada ao mundo

Sua alma grita pelo arrependimento amargurado ao seu amor

...

Ao homem que seu coração se esfriou

Sua coragem ficou pífia

Sua paciência foi diagnosticada ao destempero

Sua angústia escondida

Seu egoísmo revelado ao desespero

...

Pobre homem tolo

Que outrora sorria sob os orvalhos e as flores cintilantes

Enquanto a natureza chorava aos prantos sobre árvores destruídas e rios que lacrimejavam lixo e sangue

Agora sente a dor da ausência do ar puro e da compaixão

Enquanto seus sorrisos são enterrados debaixo da planície verde e flores negras ao seu caixão

...

Pobre homem tolo

Que em sua juventude trocou plantar rosas ao seu amor por plantar riquezas como um triste amador

Que ao colher riquezas que lhe deixaram tesouros, hoje colheu-se tristezas e perdeu seus amores

Que nem ao menos da natureza soube cuidar, enquanto plantava, viu-se o horizonte verde inteiro em lágrimas se debruçar

Hoje enquanto chora deitado no seu confinamento, o mundo passa nas horas as férias do seu sofrimento

...

Pobre homem tolo

Que ofusca sua vista por pensamentos pessimistas

Que troca sua vida fugaz por momentos extremistas que destroem sua paz

Que abraça rotinas frias e tediosas ao invés de surreais árvores sinuosas

Que desperdiça seu tempo com individualidade, podendo está pouco escrevendo junto à coletividade

...

Pobre homem tolo

Que estraçalhou seu valor no tempo

Que esqueceu seu espírito natural deitado ao relento

Que encurtou a vida dos bixos

Viu-se hoje chorando por apego a passados e lixos

...

Ao ser humano

Meu eterno pesar

E apesar dos pesares que sua vida rume ao seu velejar

Que depois que sentir o vento verdadeiro e a brisa do mar lhe tocar

Lhe derrame na consciência o espelho do sofrimento que fez a natureza passar

...

Ah quem dera se palavras fossem ouvidas

Se naturezas fossem sentidas

Se a empatia por todos os seres inundasse o coração

Talvez até o vírus ouvisse e aprendesse uma lição

Que tudo nessa vida é questão de respeito e uma pitada de consideração

...

Ah quem dera se a vida fosse menos específica

Se nossas mentes aprendesse somente o básico de cada pouco da vida

Sorrisos seriam mais inchados nas faces

E a vida se alongaria em passos curtos e aprendizados gigantes

Como nesse poema, ausente de sintonia, longo, mas finito e intrigante

...

Que o sol que brilhará amanhã seja mais forte

Deixando nas lembranças o triste passado da morte

E enterrando as lágrimas de hoje em um túmulo a própria sorte

Que amanhã seja sorrisos verdadeiros e abraços acalorados

E que transformemos o mundo em um paraíso aprimorado

...

Que a vontade desses versos seja contemplada

Que sigamos nessa vida nossos incompreendidos pensamentos

E que nossa história seja contada em todos os presentes momentos

Que ao reler um velho poema de criança debaixo de uma sombra de árvore

Nos lembremos do dia que a chuva caiu, do canto dos pássaros e do do ar que pausa nossos sentimentos

...

Os dias se passam com uma lentidão que aterroriza nossos medos

E nunca entregamos tanto valor à uma vida amargurada

Esquecendo dos empecilhos que tornam a rotina mais enfadada

Sobrou aquilo de mais valor, o tempo: aquilo que trás paz e horas a pensar

Ah terra, vale a pena deixar o mundo ter seu fim sem tratar suas raízes e deixá-lo tão ruim?

...

Nunca o céu viu-se tão lindo e radiante

E as núvens tão brancas carregadas de diamantes

Diamantes de águas empurradas pelo vento

Caindo nas cidades sobre ruas vazias e cabeças cheias

Cheias de grandes problemas de pequenos fragmentos

...

Nunca os rios e canais sorriram tanto

E os animais que outrora choravam aos prantos

Hoje viu-se caminhado alegremente pelos campos

E todos os pássaros amontoados e cegos pela devastadora qualidade do ar

Viu-se hoje uma enorme revoada sobre nossas cabeças a voar

...

Ah quem dera se nossa conturbada consciência fosse mais forte a cada tentação

Jogando a favor da vida e distribuindo aprimoração

Plantando respeito à vida e à natureza

Colhendo um mundo mais lindo e ausente de impurezas

Transformando cada ser humano em um ser superior e afluente de beleza interior

...

Enfim a natureza sorri, mas não sorrisos de miséria

Sorrisos aliviados

Enquanto o homem hiberna, o universo descansa

E toda essa confusão causada em grande ignorância

Se torna o tesouro de um planeta que merece paz e esperança

...

Como seria se andassémos na contramão da arrogância?

O mundo seria empático e jorraria mais qualidade nos separando da ganância

E nossos abraços seriam mais acalorados nos abstendo da distância

O beijo, as piadas, as conversas achegadas seriam nossas principais substâncias

E a evolução estaria a passos mais curtos de nossa verdadeira importância

...

Ainda que o mundo se contorça em dor

A natureza suspira por alivio de amor

Ainda que prantos sejam aclamados em insistentes confinamentos

A natureza se rebela em curtos e belos momentos

E transforma lágrimas em rios enigmáticos que rodeiam o tempo

...

Ainda que tudo passe como a impaciência das águas correntes

A natureza sempre entreguerá sorrisos doces de memórias carentes

Ainda que tudo volte a cinzas e nada mude nos contos de confinamentos

Depois que refletimos significados de plantar união, humildade e vivermos de bons pensamentos

A natureza ainda se lembrará das férias que passou... Do seu sofrimento.

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- CICERO RODRIGUES
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- Grajaú, Ma  23 de Abril de 2020

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

O Amor é uma Constante


O amor é uma constante
Um vez amargo, uma vez doce
Uma vez tédio, uma vez contagiante
Uma vez frio, uma vez fogo

O amor é uma constante
De conceitos anômalos
De palavras melosas
De eternidade e instante

O amor é uma constante
De pessoas imprevisíveis
De corações inocentes
De almas vibrantes

O amor é uma constante
De conselhos atrapalhados
De palavras surreais
De inspiração aos amantes

O amor é uma constante
De tristes histórias
De finais felizes
De pensamentos distantes

O amor é uma constante
De corpos teimosos
De línguas molhadas
De romances excitantes

O amor é uma contante
Que atravessa a morte
Que sobrevive a inexperiência
Que brada ao apaixonado com uma voz gritante

O amor é uma constante
Que paralisa o tempo
Que a cada instante revolta e consolida
É um sentimento manifestante

O amor é uma constante
Que jorra em seu próprio jardim
É um sentimento abstruso inquietante
Imutável que nunca verá seu fim.

C. Rodrigues