Eu nasci
Como criança de coração apaixonado
Admirador de estrelas e luas
Adjetivos de muitas coisas melancólicas
Romântico por essência
E cresci
De apaixonado a condenado
De sentimentos que admirava
Preso por um julgamento de um amor cruel
Da sentença final um fracasso
E sofri
Nos momentos que chorei
Estranho ao homem derramar águas dos olhos
E como poeta algo simbólico
Sangue do coração jorrou espalhado pelo mórbido chão frio
E senti
Ao peso do que chamara amor
Uma pontada no meio do peito
Mas subindo a escada da vida
Surge um anjo que aos meus olhos brilharam
E morri
Pensei em estar morto
Pois avistei o anjo que me salvou
Apertou o coração ensaguentado
E estancou a sangría da ilusão
E percebi
Naquele instante que até então não sabia o que era amor
Pois me encontrei com minha outra metade
As duas partes da laranja, a garrafa e a tampa, o caderno e a caneta
A ilusão (que eu me tornara) e o amor suave que encontrei
E sorri
Sorri tanto o quanto pudera
Que infeliz não mais seria
Pois a mulher mais fascinante tinha surgido na minha vista
Que esperança voltava ao coração de um pequeno poeta da vida
C. Rodrigues
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