A gente chora; a
gente vive; a gente até sente; a gente grita; a gente pensa; a gente ama; a
gente odeia; a gente critica... Mas... será se realmente choramos?
Choramos sim, mas sorrimos também. A gente se inspira sentindo o leve assopro
do vento na nossa delicada face. A gente se cala também. A gente age, agimos
baseado no melhor para nós mesmos ou para o próximo. Nós amamos muito, nossa!
Como amamos, mas será se AMAMOS mesmo? A gente enche o coração de ódio, rancor,
fúria, mas será se somos tão mal assim? Não, somos confusos, doidos,
completamente malucos, mas será se deveras odiamos? Não. Podemos até às vezes
ser injustos, mas quem não erra? E quem critica, será se deveras CRITICA?
Falamos demais, mas o irônico é que à tardinha choramos pedindo desculpas à
nossa consciência. Vivemos, sim vivemos muito, mas será se é o suficiente? Como
viver sem ter um tempo pra dizer: EU VIVI? Ah como somos tolos, tão inocentes
querendo e tentando descobrir coisas, coisas que estão além do nosso limite,
coisas surreais. Somos tão orgulhosos que não nos contentamos em observar,
apenas observar e admirar. Admirar estrelas, admirar o irreal, o surreal, o
ilimitado, o infinito, sim, nós somos orgulhosos, pois queremos ficar por cima
de tudo e de todos. Queremos planejar, conquistar, mas como conquistar se nem
ao menos sabemos cuidar do que é nosso? Somos sim, deveras almas patéticas,
almas desconsoladas. Ah... Falamos e falamos infinitamente, mas e se
calássemos? E se fossemos humildes? É... Iria mudar muita coisa; o sol voltaria
a brilhar com orgulho, a chuva ia até cair no chão do sertão seco, é... Até os
trovões iam se calar, as flores iriam desabrochar, e o amor viver sem aquela
ideia de morrer. Vamos seguindo, sem tolices, vamos conseguir, somos mais
fortes do que todos imaginam, somos muito fortes. Porque choramos, não somos
fracos! Porque sofremos, não somos fracos! Somos apenas uma espécie entre as
muitas outras, entre as bilhões de estrelas no universo. Vamos lá continuar
escutando nossas músicas, mas tomemos cuidados com o que vem aos nossos
ouvidos. Vamos, acima de tudo amar, amar tudo; todos; amar o que não vemos, mas
que sabemos que existe; amar o próximo, a mãe, o pai, a filha, o filho, o
irmão, toda a família; amar os amigos e os inimigos, sim, amar a quem nos
odeia. Amar a quem nos crítica, simplesmente amar o inconveniente.
[Cícero Rodrigues]
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