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quinta-feira, 17 de março de 2016

De Amigo Para Amigo...


A gente chora; a gente vive; a gente até sente; a gente grita; a gente pensa; a gente ama; a gente odeia; a gente critica... Mas... será se realmente choramos?  Choramos sim, mas sorrimos também. A gente se inspira sentindo o leve assopro do vento na nossa delicada face. A gente se cala também. A gente age, agimos baseado no melhor para nós mesmos ou para o próximo. Nós amamos muito, nossa! Como amamos, mas será se AMAMOS mesmo? A gente enche o coração de ódio, rancor, fúria, mas será se somos tão mal assim? Não, somos confusos, doidos, completamente malucos, mas será se deveras odiamos? Não. Podemos até às vezes ser injustos, mas quem não erra? E quem critica, será se deveras CRITICA? Falamos demais, mas o irônico é que à tardinha choramos pedindo desculpas à nossa consciência. Vivemos, sim vivemos muito, mas será se é o suficiente? Como viver sem ter um tempo pra dizer: EU VIVI? Ah como somos tolos, tão inocentes querendo e tentando descobrir coisas, coisas que estão além do nosso limite, coisas surreais. Somos tão orgulhosos que não nos contentamos em observar, apenas observar e admirar. Admirar estrelas, admirar o irreal, o surreal, o ilimitado, o infinito, sim, nós somos orgulhosos, pois queremos ficar por cima de tudo e de todos. Queremos planejar, conquistar, mas como conquistar se nem ao menos sabemos cuidar do que é nosso? Somos sim, deveras almas patéticas, almas desconsoladas. Ah... Falamos e falamos infinitamente, mas e se calássemos? E se fossemos humildes? É... Iria mudar muita coisa; o sol voltaria a brilhar com orgulho, a chuva ia até cair no chão do sertão seco, é... Até os trovões iam se calar, as flores iriam desabrochar, e o amor viver sem aquela ideia de morrer. Vamos seguindo, sem tolices, vamos conseguir, somos mais fortes do que todos imaginam, somos muito fortes. Porque choramos, não somos fracos! Porque sofremos, não somos fracos! Somos apenas uma espécie entre as muitas outras, entre as bilhões de estrelas no universo. Vamos lá continuar escutando nossas músicas, mas tomemos cuidados com o que vem aos nossos ouvidos. Vamos, acima de tudo amar, amar tudo; todos; amar o que não vemos, mas que sabemos que existe; amar o próximo, a mãe, o pai, a filha, o filho, o irmão, toda a família; amar os amigos e os inimigos, sim, amar a quem nos odeia. Amar a quem nos crítica, simplesmente amar o inconveniente.

[Cícero Rodrigues]

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