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quarta-feira, 9 de março de 2016

A Flor e o Amor



     Andando ontem no lindo parque das aves se viu uma cena que se chamara muita atenção: 'Havia na beira do lago das rosas uma linda Borboleta; ali grande, ali bela com suas asas tão surreal; ali parada em uma linda rosa vermelha. Quando de repente se ouvia passos lentos em sua direção; era um Lobo, um lindo Lobo de pelos brancos e brilhantes, olhos azuis claros, grande e ternamente lindos. O Lobo aproximou-se da Borboleta porque estava encantado com suas cores e apaixonado por sua beleza e ternura; um amor à primeira vista. Então, naquele momento chegou de fininho para não assustar a pequena e delicada Borboleta e logo referiu - se a ela:
_ Olá moça delicada! Perdoe-me chegar assim de surpresa.
_ Olá! Não tem problema - Responde a linda Borboleta.
_ O que faz aqui uma criaturinha tão pequenina e delicada como você? - Pergunta o Lobo.
_ É meu trabalho enfeitar e encantar os lugares onde passo - Relata a Borboleta.
     O Lobo fica ainda mais surpreso e maravilhado com aquela linda Borboleta e não hesita em dizer:
_ Tenho que te confessar que estou apaixonado por você desde o primeiro momento que te vi, e se me der uma chance de conhece-la melhor prometo-lhe felicidade duradoura.
     A Borboleta espanta-se pelas palavras do Lobo, pois também estava perdidamente apaixonado por ele, por sua beleza e sua simpatia, mas eis a questão que surgiu:
_ Eu também gosto muito de você, nunca amei ninguém tão intenso, assim tão sem razão, tão rápido, mas você é um Lobo e eu sou uma Borboleta. Nunca, nunca poderíamos viver juntos. Meu ciclo de vida é curto, você vive mais; você é adaptado ao frio, eu morreria no frio; eu estou em constantes mudanças e você será o mesmo sempre. Somos muito diferentes - Finaliza a Borboleta chorando e murmurando baixinho manchando a bela rosa vermelha com sua tristeza.
_ Sim, somos muito diferentes, mas isto não nos impede de sermos felizes, olhe este lago lindo e todos esses animais, não podemos deixar um amor assim morrer tão fácil - Indaga o Lobo.
     A Borboleta por sua vez já escorrendo lágrimas ao rosto e de gesto determinado, diz:
_ Te juro que a cada segundo eu vou te amar mais e mais, até minhas asas pararem de bater e fatalmente eu morrer - Conclui a Borboleta.
     Já pousando na face macia daquele Lobo que, por sua vez, sai correndo ao vento com sua amada; quando de repente no meio do parque ouve-se um barulho de um sussurro do vento e uma luz cintilante e arrepiante vindo do céu. Naquele momento o Lobo e a Borboleta somem naquela luz, e aparecem transformados em dois lindos pássaros brancos; uma espécie nunca vista até então, cada um com uma marca em suas respectivas asas. Uma marca de uma 'flor' que representa a intensidade do amor da Borboleta, e um 'coração' que representa a eternidade do amor do Lobo. Logo em seguida ainda na extremidade da luz do céu, ambos se unem carne a carne, espirito a espirito, voando para a mais alta das nuvens, transformando o céu num espetáculo de rosas vermelhas e uma linda imagem de um coração grande e vermelho nas nuvens, mostrando e ensinando a humanidade o verdadeiro sentimento na intensidade da flor e na eternidade do amor, que independente de suas espécies, de qualquer outra barreira, torna-se real, verdadeiro e surreal; um amor maior até mesmo do que o maior dos seres.

* Aprendamos com outros seres, pois muitas vezes eles podem ser nossos melhores professores.

[Cícero Rodrigues]

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