Andando ontem no lindo parque das aves se viu
uma cena que se chamara muita atenção: 'Havia na beira do lago das rosas
uma linda Borboleta; ali grande, ali bela com suas asas tão surreal; ali parada em
uma linda rosa vermelha. Quando de repente se ouvia passos lentos em sua
direção; era um Lobo, um lindo Lobo de pelos brancos e brilhantes, olhos azuis
claros, grande e ternamente lindos. O Lobo aproximou-se da Borboleta porque
estava encantado com suas cores e apaixonado por sua beleza e ternura; um amor
à primeira vista. Então, naquele momento chegou de fininho para não assustar a
pequena e delicada Borboleta e logo referiu - se a ela:
_ Olá moça delicada! Perdoe-me chegar assim de surpresa.
_ Olá! Não tem problema - Responde a linda Borboleta.
_ O que faz aqui uma criaturinha tão pequenina e delicada como
você? - Pergunta o Lobo.
_ É meu trabalho enfeitar e encantar os lugares onde passo -
Relata a Borboleta.
O Lobo fica ainda mais surpreso e maravilhado
com aquela linda Borboleta e não hesita em dizer:
_ Tenho que te confessar que estou apaixonado por você desde o
primeiro momento que te vi, e se me der uma chance de conhece-la melhor
prometo-lhe felicidade duradoura.
A Borboleta espanta-se pelas palavras do Lobo,
pois também estava perdidamente apaixonado por ele, por sua beleza e sua
simpatia, mas eis a questão que surgiu:
_ Eu também gosto muito de você, nunca amei ninguém tão intenso,
assim tão sem razão, tão rápido, mas você é um Lobo e eu sou uma Borboleta.
Nunca, nunca poderíamos viver juntos. Meu ciclo de vida é curto, você vive
mais; você é adaptado ao frio, eu morreria no frio; eu estou em constantes
mudanças e você será o mesmo sempre. Somos muito diferentes - Finaliza a
Borboleta chorando e murmurando baixinho manchando a bela rosa vermelha com sua tristeza.
_ Sim, somos muito diferentes, mas isto não nos impede de sermos
felizes, olhe este lago lindo e todos esses animais, não podemos deixar um amor
assim morrer tão fácil - Indaga o Lobo.
A Borboleta por sua vez já escorrendo lágrimas
ao rosto e de gesto determinado, diz:
_ Te juro que a cada segundo eu vou te amar mais e mais, até
minhas asas pararem de bater e fatalmente eu morrer - Conclui a Borboleta.
Já pousando na face macia daquele Lobo que, por
sua vez, sai correndo ao vento com sua amada; quando de repente no meio do
parque ouve-se um barulho de um sussurro do vento e uma luz cintilante e
arrepiante vindo do céu. Naquele momento o Lobo e a Borboleta somem naquela luz, e
aparecem transformados em dois lindos pássaros brancos; uma espécie nunca vista
até então, cada um com uma marca em suas respectivas asas. Uma marca de uma 'flor' que representa a intensidade do amor da Borboleta, e um 'coração' que
representa a eternidade do amor do Lobo. Logo em seguida ainda na extremidade
da luz do céu, ambos se unem carne a carne, espirito a espirito, voando para a
mais alta das nuvens, transformando o céu num espetáculo de rosas vermelhas e
uma linda imagem de um coração grande e vermelho nas nuvens, mostrando e
ensinando a humanidade o verdadeiro sentimento na intensidade da flor e na eternidade do amor, que independente de suas espécies, de
qualquer outra barreira, torna-se real, verdadeiro e surreal; um amor maior até
mesmo do que o maior dos seres.
[Cícero Rodrigues]
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