Sejam Bem Vindos ao Fantástico Mundo da Poesia

segunda-feira, 21 de março de 2016

Abram Suas Bocas...





Estou ouvindo um barulho
Um barulho do vento
Um barulho da chuva
O barulho do ódio
O barulho da ânsia
Um barulho da noite
Um barulho da alma.
Estou a ouvir um barulho
Um barulho enlouquecedor
Um barulho lamentador
Um estranho barulho

Temor é barulho
Clamor é o barulho
O barulho do mundo
O barulho das vitimas
Um barulho atormentador
O barulho da morte, da guerra
O barulho dos inocentes gritando:
"Socorro, socorro". Um triste barulho.
Calem esse barulho, abram suas bocas
Mostrem ao mundo a justiça com suas vozes rocas...
Abram suas bocas

[Cícero Rodrigues]

'Jamais' o sistema do mundo irá mudar se a humanidade não quiser mudar. Tapar os ouvidos e não ouvir o barulho é fácil, mas tapar o coração e a consciência é que é o difícil.

Toda noite...



Toda noite eu penso... No orgulho das pessoas se autocriticando com suas próprias palavras. Toda noite eu sinto... O carinho das estrelas tocando o brilho dos meus olhos. Toda noite eu vejo... O amor ir embora dos corações humanos. Toda noite eu choro... Pela inocência das pessoas com suas muitas opiniões. Toda noite eu grito... Apenas pra tentar encontrar a paz que eu tanto procuro. Toda noite eu sonho... Por um mundo justo e perfeito... Mas do que adianta aqui tanto falar se nem ao menos uma alma irá mudar?

[Cícero Rodrigues]

quinta-feira, 17 de março de 2016

O Sentimento Que Me Matou...

Poema feito para uma apresentação na noite gótica escolar no final do ano de 2015...

Meu outro eu morreu...
Deve estar circulando em algum canto de uma escuridão distante,
Longe da razão, longe de toda coisa vivente.
Quem matou?
O amor, o amor que foi crescendo e crescendo...
E eu nem percebendo quando estava morrendo.

Nem ilusões me restam mais
As minhas razões já morreram todas
Acabei de chegar do velório da minha última esperança
Amanhã será enterrado minha última gota de sentimentos
Mudareis meu jeito para a simplicidade do orgulho cruel
As lagrimas infâmias já ficaram todas para trás

Mas continuo murmurando meus últimos fôlegos dizendo:
“A exaustão não permite que eu ainda lute”
Até as sombras da escuridão do eclipse já consigo ver.
Não quero mais me estribar na ignorância da podridão do amor.
Se existe preto e branco agora em meu mundo opaco de escuridão
O vermelho já escorre de minhas veias derramando meu sangue podre pelo golpe que o amor covardemente me deu...

Se morri? Creio que não!
Meu corpo deve estar por ai andando em uma praia deserta com o céu coberto de nuvens negras.
Já sinto o cheiro do enxofre escorrendo em minhas veias tão obscuras
Tão pálido, tão frio, tão inquietante já deve estar meu corpo.
Acabei na tristeza como vitima do sentimento amargo e desumano
Que tristemente me atraiu me acalmou e depois lançou a espada da morte sobre meu infeliz coração e fatalmente me matou.

[Cícero Rodrigues]

De Amigo Para Amigo...


A gente chora; a gente vive; a gente até sente; a gente grita; a gente pensa; a gente ama; a gente odeia; a gente critica... Mas... será se realmente choramos?  Choramos sim, mas sorrimos também. A gente se inspira sentindo o leve assopro do vento na nossa delicada face. A gente se cala também. A gente age, agimos baseado no melhor para nós mesmos ou para o próximo. Nós amamos muito, nossa! Como amamos, mas será se AMAMOS mesmo? A gente enche o coração de ódio, rancor, fúria, mas será se somos tão mal assim? Não, somos confusos, doidos, completamente malucos, mas será se deveras odiamos? Não. Podemos até às vezes ser injustos, mas quem não erra? E quem critica, será se deveras CRITICA? Falamos demais, mas o irônico é que à tardinha choramos pedindo desculpas à nossa consciência. Vivemos, sim vivemos muito, mas será se é o suficiente? Como viver sem ter um tempo pra dizer: EU VIVI? Ah como somos tolos, tão inocentes querendo e tentando descobrir coisas, coisas que estão além do nosso limite, coisas surreais. Somos tão orgulhosos que não nos contentamos em observar, apenas observar e admirar. Admirar estrelas, admirar o irreal, o surreal, o ilimitado, o infinito, sim, nós somos orgulhosos, pois queremos ficar por cima de tudo e de todos. Queremos planejar, conquistar, mas como conquistar se nem ao menos sabemos cuidar do que é nosso? Somos sim, deveras almas patéticas, almas desconsoladas. Ah... Falamos e falamos infinitamente, mas e se calássemos? E se fossemos humildes? É... Iria mudar muita coisa; o sol voltaria a brilhar com orgulho, a chuva ia até cair no chão do sertão seco, é... Até os trovões iam se calar, as flores iriam desabrochar, e o amor viver sem aquela ideia de morrer. Vamos seguindo, sem tolices, vamos conseguir, somos mais fortes do que todos imaginam, somos muito fortes. Porque choramos, não somos fracos! Porque sofremos, não somos fracos! Somos apenas uma espécie entre as muitas outras, entre as bilhões de estrelas no universo. Vamos lá continuar escutando nossas músicas, mas tomemos cuidados com o que vem aos nossos ouvidos. Vamos, acima de tudo amar, amar tudo; todos; amar o que não vemos, mas que sabemos que existe; amar o próximo, a mãe, o pai, a filha, o filho, o irmão, toda a família; amar os amigos e os inimigos, sim, amar a quem nos odeia. Amar a quem nos crítica, simplesmente amar o inconveniente.

[Cícero Rodrigues]

quarta-feira, 9 de março de 2016

A Flor e o Amor



     Andando ontem no lindo parque das aves se viu uma cena que se chamara muita atenção: 'Havia na beira do lago das rosas uma linda Borboleta; ali grande, ali bela com suas asas tão surreal; ali parada em uma linda rosa vermelha. Quando de repente se ouvia passos lentos em sua direção; era um Lobo, um lindo Lobo de pelos brancos e brilhantes, olhos azuis claros, grande e ternamente lindos. O Lobo aproximou-se da Borboleta porque estava encantado com suas cores e apaixonado por sua beleza e ternura; um amor à primeira vista. Então, naquele momento chegou de fininho para não assustar a pequena e delicada Borboleta e logo referiu - se a ela:
_ Olá moça delicada! Perdoe-me chegar assim de surpresa.
_ Olá! Não tem problema - Responde a linda Borboleta.
_ O que faz aqui uma criaturinha tão pequenina e delicada como você? - Pergunta o Lobo.
_ É meu trabalho enfeitar e encantar os lugares onde passo - Relata a Borboleta.
     O Lobo fica ainda mais surpreso e maravilhado com aquela linda Borboleta e não hesita em dizer:
_ Tenho que te confessar que estou apaixonado por você desde o primeiro momento que te vi, e se me der uma chance de conhece-la melhor prometo-lhe felicidade duradoura.
     A Borboleta espanta-se pelas palavras do Lobo, pois também estava perdidamente apaixonado por ele, por sua beleza e sua simpatia, mas eis a questão que surgiu:
_ Eu também gosto muito de você, nunca amei ninguém tão intenso, assim tão sem razão, tão rápido, mas você é um Lobo e eu sou uma Borboleta. Nunca, nunca poderíamos viver juntos. Meu ciclo de vida é curto, você vive mais; você é adaptado ao frio, eu morreria no frio; eu estou em constantes mudanças e você será o mesmo sempre. Somos muito diferentes - Finaliza a Borboleta chorando e murmurando baixinho manchando a bela rosa vermelha com sua tristeza.
_ Sim, somos muito diferentes, mas isto não nos impede de sermos felizes, olhe este lago lindo e todos esses animais, não podemos deixar um amor assim morrer tão fácil - Indaga o Lobo.
     A Borboleta por sua vez já escorrendo lágrimas ao rosto e de gesto determinado, diz:
_ Te juro que a cada segundo eu vou te amar mais e mais, até minhas asas pararem de bater e fatalmente eu morrer - Conclui a Borboleta.
     Já pousando na face macia daquele Lobo que, por sua vez, sai correndo ao vento com sua amada; quando de repente no meio do parque ouve-se um barulho de um sussurro do vento e uma luz cintilante e arrepiante vindo do céu. Naquele momento o Lobo e a Borboleta somem naquela luz, e aparecem transformados em dois lindos pássaros brancos; uma espécie nunca vista até então, cada um com uma marca em suas respectivas asas. Uma marca de uma 'flor' que representa a intensidade do amor da Borboleta, e um 'coração' que representa a eternidade do amor do Lobo. Logo em seguida ainda na extremidade da luz do céu, ambos se unem carne a carne, espirito a espirito, voando para a mais alta das nuvens, transformando o céu num espetáculo de rosas vermelhas e uma linda imagem de um coração grande e vermelho nas nuvens, mostrando e ensinando a humanidade o verdadeiro sentimento na intensidade da flor e na eternidade do amor, que independente de suas espécies, de qualquer outra barreira, torna-se real, verdadeiro e surreal; um amor maior até mesmo do que o maior dos seres.

* Aprendamos com outros seres, pois muitas vezes eles podem ser nossos melhores professores.

[Cícero Rodrigues]