Ouve um tempo em que eu era mais romântico que o normal
Ouve um tempo em que minha mente acalentava paz e não o mal
Ouve um tempo em que acreditava no amor
Ouve um tempo em que fazer poemas era poetizar, eternizar algo incompreendido, uma dor
Ouve um tempo em que meu coração não se inclinava para a frieza e para o egoísmo
Ouve um tempo em que eu sentia mais que recitava, vivendo de altruísmo
Ouve um tempo em que a ignorância ou a falta de reciprocidade não me perturbava tanto a mente
Ouve um tempo em que os momentos que me afetavam a alma eram permanentes
Ouve um tempo em que a importância da relação mútua era explicada num toque de se importar
Ouve um tempo em que meu espírito suportava tudo, menos não amar...
E hoje cá estamos
Caminhando para a beira do precipício chamado futuro...
O mundo a cada dia está mais frio, egoísta e hipócrita para com os sentimentos
Que as antigas conversas demoradas viraram lixos de curtos momentos
E hoje cá estamos
Caminhando para o fim da humanidade
Um completo hospício de loucos enfrentando a sanidade
Deixando de estranho o apaixonado, transformando-o no palhaço
Que de tanto amolecer seu coração, viu-se a forjar no aço...
O abandono da sua paixão
E o espaço para o amor mudou-se para a escuridão
E assim vive o mundo, moldando as pessoas para o maldito frio da solidão.
CICERO RODRIGUES
Grajaú / MA
22 de Dezembro de 2019
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