Era uma vez um menino que nascera em uma cidade pacata no interior
de um estado pobre, mas não um simples menino, um garoto que quem o via e ouvia
ficava no mínimo um tanto curioso e surpreendido, surpreendido com seu jeito de
pensar e de falar. Apesar de sua pouquíssima idade era de se surpreender como
ele era poeta, observador dos fenômenos naturais, como ele via aquelas estrelas
com seus olhos cintilantes sem piscar nenhum momento com medo delas fugirem.
Porém esse garoto tinha algo que os poucos que tinha o escondiam e os muitos
hipócritas que não tinham diziam o ter, algo que só os que realmente sentiram
poderiam descrever algo que o tornava triste e pensativo; o amor, sim o amor,
essa palavra que nos dias atuais é comum e desprezada do seu real significado.
Esse menino que era um pouco crítico com aqueles que diziam: “te amo” como
dizem: “bom dia”, mas humilde e consolador para com aqueles que tiveram seus
corações perfurados e dilacerados por essa palavra de quatro letras; amor.
O principal erro daquele menino
não estava na arrogância com os orgulhosos, não estava na crítica com os
injustos e nem mesmo nas brigas com sua família, o erro real daquele garoto
estava no medo, sim, medo de receber um não, medo de seus pesadelos que o atormentavam
noite e dia, medo de falar e principalmente o medo de ouvir, sua insegurança o
torturava, mesmo com sua consciência limpa e digna o medo lhe martelava a
cabeça. Mas veio o que viria a ser um alívio ou mesmo o apocalipse para aquele
garoto; por algum meio aquela linda e confusa garota soube do dizer do amor
daquele garoto, sim do dizer, pois para ele, ela não sabia ou até fingia não
saber que aquele amor era como uma força sobrenatural, grande tão mesmo quanto
às estrelas, tão mesmo como o amor da lua e do mar.
Mas então tristemente chegou o
fim, o fim do ano, o fim da ilusão de quase uma vida toda, o fim do único amor
da vida daquele menino, e então os anos se passaram, se passam e passarão e
aquele menino, poeta, observador, lá do início, se tornara um ser frio e sem
valor para si mesmo, um ser cujo seu valor morreu junto ao seu amor, mas que
nunca deixou de acreditar em outras simplicidades e virtudes da vida; como as
estrelas, o céu, a família, Deus e os amigos que sempre fizeram parte da vida
desse menino que morreu com uma esperança bem maior do que a do seu grande
amor, a esperança em uma vida eterna.
Foi nos meados da
doce e divertida infância que seus olhos tontos e brilhantes olharam para
aquela figura linda, sorridente e magnânima, foi na inocente infância que se
enraizou a amizade, do qual anos depois habitaram somente nos seus pensamentos
quando os ventos dos dois seguiram caminhos poucos diferentes, pois mais anos
se passaram e eles voltaram a se ver, um ano apenas tinha para conquistar
aquela menina, sua última chance talvez. Dias se passaram semanas se passaram,
depois vieram os meses e a história continuava intacta.
[Cícero Rodrigues]
- Desculpem pelos erros gramaticais e ortográficos, comentem e/ou compartilhem, críticas também são bem vindas.
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